Catalogo Bibliográfico da BNP#focus lerumconto-aumentaumponto: EU LEITOR EU LEITOR; O Livro que já li...; FAÇA LÁ UM POEMA,Partilha de poemas; Novas Tecnologias na Sala de Aula; Bibliotecnologia; O Livro de mês...; O Não Livro do mês...

PESQUISA

HORA DA LEITURA...; HORA DA LEITURA AUDIO...; FAÇA LÁ UM POEMA, Partilha de Poemas; PENSAMENTOS...; OS MEUS PROJETOS...; BIOGRAFIAS...; MÚSICAS PARA RELAXAR...; NOVAS TECNOLOGIAS na Sala de Aula; BIBLIOTECNOLOGIA...; O NÃO LIVRO do mês...; ENCONTRO COM O(A) ESCRITOR(A)...; JOGOS...; (o que posso encontrar se PESQISAR)

sábado, 7 de janeiro de 2017

EU LEITOR

INTRODUÇÃO

“EU LEITOR” – Maria Adriana Pereira Mendes
É engraçado que durante os 58 anos da minha vida nunca me tinha passado pela cabeça fazer uma reflexão sobre o meu “Eu Leitor” e se fiz bastantes reflexões…
A leitura esteve sempre ligada ao trabalho, primeiro ao trabalho escolar e com o passar dos anos ao trabalho profissional. Vivi, sobretudo, a leitura útil, a que sustentou a minha formação. Dos Têxteis à Robótica, passando pela Contabilidade e Filosofia, penso ter lido imensos autores, que não registei na minha memória.
No entanto, na minha memória ficou o primeiro livro que desfrutei e que marcou a minha infância de várias maneiras. Foi a minha avó que me ofereceu, “A Cartilha Maternal” do grande pedagogo João de Deus. Tinha então 6 anos. A sua principal preocupação era que não me atrasasse na aprendizagem das primeiras letras/palavras. Mais uma vez me confronto com um ”eu leitor” utilitário, embora ancorado na preocupação da minha avó. Também me lembro de ler alguns livros da Anita, quando ia brincar para casa dos filhos do Diretor da Fábrica onde o meu pai trabalhava. Os títulos que ficaram na minha memória, “ Anita vai ao Circo” e a “Anita dona de casa”. Estes livros possibilitavam-me a companhia de uma outra menina, a Anita, que vivia experiências que podiam ser semelhantes às minhas, mas que me emprestavam uma dimensão de sonho…
É claro que mais tarde também passaram pela mesinha de cabeceira do meu quarto, alguns clássicos como, “Romeu e Julieta”, “Amor de Perdição”, “Frei Luís de Sousa”, “Os Maias”, “Crime do Padre Amaro”. Este último, lembro-me muito bem que minha mãe não achou muita graça a essa leitura… outros tempos.
 Acho que tinha alguma tendência para as leituras um pouco dramáticas. Como o meu percurso escolar foi atípico para a altura, pois quando terminei o 5º ano, hoje 9º, fui trabalhar para um escritório. O meu contacto com os livros foi menor que aquele que gostaria. A minha relação com os livros continuou a ser não para sonhar ou por lazer, mas sim como uma necessidade de evoluir como pessoa. Porque mesmo a trabalhar quis continuar a estudar no ensino noturno. Contudo a leitura nunca me foi indiferente. Pela leitura tornei-me mais capaz, com objetivos vincados que procurava satisfazer com o que procurava nos livros. Sempre útil, sempre apta a ajudar-me a experiência de uma leitura focada foi, pela minha vida, uma orientadora de percurso e uma luz de esperança. Permitiu-me ir caminhando, chegar mais longe.
O “eu leitor” que reconheço em mim é curioso e voluntarioso. Não guardo nostalgias de romances não lidos, ou de ensaios que me fizessem refletir em grandes temáticas existenciais donde compreendo que a leitura está, intimamente, ligada a cada percurso de vida. O meu foi este e a leitura teve o seu papel na minha identidade.


Hoje, apesar da maioria das leituras continuarem a ser de caráter profissional, já vai aparecendo tempo para sonhar e degustar os livros, que durante muito tempo não podiam aparecer por circunstâncias da vida, impedindo-me de “Sonhar pela mão de outrem…” como disse Fernando Pessoa.

Sem comentários :

Enviar um comentário